quinta-feira, 5 de novembro de 2009

- Pera, uva ou maçã? – Morangos.

Para não parecer tão abandonado esse baú de pensamentos, sentimentos e momentos tentarei (mais uma vez) reativá-lo.


So let's do it...


Há algum tempo pus em meu nick do msn:

"- Pera, uva ou maçã? 

  - Morangos."

 

Não me causou espanto a quantidade de gente que veio dizer "salada mista". Uma pessoa respondeu "adoro morangos", mas nada muito mais profundo que isso.

Seria tão mais fácil me converter ao hermetismo. Fechar em ângulos retos meus pensamentos. Seria entendido sem causar tanto esforço e abstração, porém já me convenci que meu hiantismo faz parte da busca pelos Morangos...

Hoje, uma amiga perguntou qual o sentido do nick. Fiquei feliz! Pelo menos alguém quis saber o que eu quero passar ao escolher Morangos em vez de salada mista.

Pera, uva, maçã, salada mista: tão blasé. Compra-se em qualquer mercado, apanha-se em qualquer árvore, encontra-se em qualquer esquina. Tá, tudo bem, admito que alguns morangos também, mas não os meus Morangos, os Morangos que eu quero. Abstraia: para seres quixotescos frutas não são apenas frutas, não.

morango51Tantos oferecem peras, uvas e maçãs... Tudo por demasiado abusa! Ninguém me ofereceu Morangos. E eu os quero. Por isso os busco com a sabedoria precavida de sua raridade. Não, eles não estão em qualquer prateleira de mercado. Disso eu tenho certeza. Quixotesco, eu sigo plantando meus próprios Morangos, meio-que-não-esperando que alguém, finalmente, os ofereçam a mim e meio-que-esperando um alguém a quem oferecer os Morangos que cultivo. E quixotesco, eu sigo respondendo veemente às oferendas de uvas, peras, maçãs e salada mista: "Morangos."

"Frescos morangos vivos vermelhos" como disse o companheiro Caio F. A., que achava que sim, que sim; que os Morangos, hora ou outra, chegam.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Para aonde corre o rio?

Bem, se até os vegetais e os minerais nascem com objetivos e funções, por que o bicho-homem não nasceria? Nada mais normal. Anormal é quando o seu escopo toma proporções megalomaníacas. É uma árvore que cresce além da conta, uma placa tectônica que cansa de ficar parada e se move por centímetros e é um ser onipotente que balança, balança mas ainda não cai e nem pára. Batatas assam, pizzas são tantas e de tantos sabores, contudo ele permance, imponente, perseguindo suas bizarrices. Para que tanto poder, para quê tanto dinheiro? Para quê? É como um rio sem barragens que se alastra pelos terrenos extinguindo a fecundidade antes existente. Pra onde corre teu rio? Pra onde corres tu? Ou ainda, pra onde correrás depois do tudo, Sir. Ney? Eita povo, eita Congresso, eita Brasil!

domingo, 26 de julho de 2009

Tempos de ir…

“Por quê não podemos reunir todas as pessoas de quem gostamos no mundo e ficarmos todos juntos para sempre? Alguém iria embora, alguém sempre vai embora! Aí, temos de dizer adeus. Eu odeio dizer adeus. Sabe do que preciso? Preciso dizer mais olá. (Charlie Brown)”

Snoopy-And-Charlie-Brown-1-SUTSS0YOIW-1024x768

Hey, destiny’s buddy, why didn’t you teach me to not fall in love before I make my own way?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Para Adão ou Eva ou Adão e Eva

4530uva

E daquele engodo surgiu o farol, a ilha perdida, o pôr-do-sol, o paraíso. O Éden, “the closest to heaven”. Só que “O Engodo” ainda estava por vir e nós sabíamos. Agora, é deixar a dor sangrar.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Mordaças

- E quando no lugar de bocas há mordaças e a gente nem percebe?



O Ministério da Sáude adverte:
bocas fechadas causam incercia.
Cale-se!

Caros leitores (parcos), sabemos que os blogs (na maioria das vezes) são veículos importantes de difusão de informações e produções pessoais e coletivas.
Para fazer aparecer algumas de minhas produções fiz esse blog e o meu terceiro post, entitulado "Analogias" fora produzido jutamente com Luana Batista (big friend!), como parte de seu trabalho apresentado à universidade.
Sem mais palavras que possam enrolar um enrolado já desenrolado, see ya. =P

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Nostalgia



Post nostalgico depois de uma conversa passada do passado.


Nostalgia

Uma música no rádio dotáxi que trazia da boa noite amigos cantantes.
Passos na escada da escola próximo a um sófa onde aulas de química eram assassinadas.
Uma despedida sobre estrelas.
Sorrisos eloquentes.
Quadris balançando.
Ray-bans.
Tardes de sol e camaleões.
Quixotescos instantes de um Quixote.

Saudade de não saber que a normalidade do mundo era de ponta a cabeça. Saudade de não conhecer a crueldade e acreditar que bem e mal eram coisa de cinema.


"Saudade de tudo que ainda nao vi."


Tempo trasuente, andante, vagante como eu era.
Ancioso por viver a mesma história do aqui e agora de sempre.



Heron de Carvalho

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A crise do sr. Smith

Perambulando pela internet esses dias achei esse artigo (muito bom, por sinal) do Amartya Sen (aquele do Nobel "Desenvolvimento como liberdade)... Bem interessante, vale a pena ler.

A crise do sr. Smith AMARTYA SEN
FOLHA DE S PAULO
MAIS IMPORTANTE TEÓRICO DO MERCADO, ECONOMISTA
ESCOCÊS TAMBÉM DEFENDEU O PAPEL DO ESTADO PARA PROTEGER OS POBRES, DIZ PRÊMIO
NOBEL
Exatamente 90 anos atrás, em março de 1919, diante de mais uma crise
econômica, Vladimir Lênin discutiu as dificuldades do capitalismo contemporâneo.
Mas não quis escrever um epitáfio: "É um erro acreditar que não há saída da
atual crise do capitalismo". Essa expectativa de Lênin, ao contrário de outras
que ele teve, provou estar correta. Apesar de os mercados americano e europeu
terem enfrentado mais problemas na década de 1920, seguidos da Grande Depressão
dos anos 1930, no longo prazo, após o fim da Segunda Guerra [1939-45], a
economia de mercado foi excepcionalmente dinâmica e gerou uma expansão sem
precedentes da economia global nos últimos 60 anos. Não mais, pelo menos neste
momento. A crise econômica global ganha velocidade em ritmo assustador, e as
tentativas dos governos de contê-la tiveram muito pouco sucesso, apesar da
aplicação sem precedentes de fundos públicos. A pergunta que surge de maneira
mais premente hoje não é tanto sobre o fim do capitalismo, mas sim sobre a
natureza do capitalismo e a necessidade de mudança.
O que é preciso?
Nós
realmente precisamos de um "novo capitalismo", que carregue de uma maneira
significativa a bandeira do capitalismo, em vez de um sistema econômico
não-monolítico que utilize uma variedade de instituições escolhidas de forma
pragmática e valores que podemos defender racionalmente? Devemos buscar um novo
capitalismo ou um "novo mundo" que não precise assumir uma forma capitalista
especializada? Essa não é a única pergunta que enfrentamos hoje, mas eu diria
que é a mesma pergunta que o fundador da economia moderna, Adam Smith
[1723-1790], realmente fez no século 18, quando apresentou sua análise pioneira
do funcionamento da economia de mercado. Smith nunca usou o termo "capitalismo"
(pelo menos até onde eu pude verificar), e também seria difícil extrair de suas
obras uma teoria sobre a suficiência da economia de mercado ou da necessidade de
aceitar a predominância do capital. Ele falou sobre o importante papel de
valores mais amplos para escolher comportamentos, assim como sobre a importância
das instituições, em "A Riqueza das Nações". Mas foi em seu primeiro livro,
"Teoria dos Sentimentos Morais", publicado há exatamente 250 anos, que ele
investigou intensamente o poderoso papel dos valores não ligados ao lucro.
Enquanto afirmou que a "prudência" era "de todas as virtudes a que é mais útil
para o indivíduo", Smith argumentou que "humanidade, justiça, generosidade e
espírito público são as qualidades mais úteis para os outros".
Fora do
mercado
O que é exatamente capitalismo? A definição-padrão parece depender
dos mercados para transações econômicas como qualificação necessária para uma
economia ser considerada capitalista. De maneira semelhante, as exigências da
intenção de lucro e dos direitos individuais com base na propriedade privada são
vistas como características arquetípicas do capitalismo. No entanto, se esses
são requisitos necessários, os sistemas econômicos que temos atualmente, por
exemplo, na Europa e na América, são genuinamente capitalistas? Todos os países
afluentes do mundo -os da Europa, assim como EUA, Canadá, Japão, Cingapura,
Coreia do Sul, Taiwan, Austrália e outros- dependem há algum tempo de transações
que ocorrem basicamente fora dos mercados, como benefícios de desemprego,
pensões públicas e outros elementos da seguridade social, além da provisão
pública de educação escolar e assistência à saúde. O digno desempenho dos
sistemas supostamente capitalistas em épocas em que houve verdadeiras
realizações foi baseado em uma combinação de instituições que ia muito além de
uma mera economia de mercado com vistas a maximizar os lucros. Muitas vezes se
esquece que Smith não via o puro mecanismo do mercado como um ator isolado de
excelência e tampouco considerava que a intenção de lucro fosse tudo o que era
necessário. Talvez o maior erro esteja em interpretar a discussão limitada de
Smith sobre por que as pessoas buscam o comércio como uma análise exaustiva de
todas as normas comportamentais e instituições que ele considerava necessárias
para uma economia de mercado funcionar bem. As pessoas buscam o comércio por
causa do interesse próprio -nada mais é necessário, como Smith discutiu em uma
declaração que é citada repetidamente, explicando por que os padeiros,
cervejeiros, açougueiros e consumidores buscam o comércio. Mas uma economia
precisa de outros valores e compromissos, como a confiança mútua, para funcionar
com eficiência. Por exemplo, Smith argumentou: "Quando as pessoas de um
determinado país têm tal confiança na fortuna, probidade e prudência de um
determinado banqueiro, a ponto de acreditar que ele está sempre disposto a pagar
sob demanda suas notas promissórias que podem lhe ser apresentadas a qualquer
momento, essas notas passam a ter o mesmo valor que o dinheiro de ouro e prata,
pela confiança de que esse dinheiro pode a qualquer momento ser havido por
elas".
Quebra de confiança
Ele explicou por que esse tipo de confiança
nem sempre existe. Apesar de os defensores da leitura
padeiro-cervejeiro-açougueiro de Smith consagrada em muitos livros de economia
poderem ter dificuldade para compreender a atual crise (as pessoas ainda têm
muitos bons motivos para buscar mais comércio, apenas menos oportunidades), as
consequências no longo prazo da suspeita e da desconfiança nos outros -que
contribuíram para gerar esta crise e tornam tão difícil uma recuperação- não o
teriam surpreendido. De fato, houve muito boas razões para a desconfiança e a
quebra de segurança que levaram a esta crise. As obrigações e responsabilidades
associadas às transações se tornaram nos últimos anos muito mais difíceis de
localizar, graças ao rápido desenvolvimento de mercados secundários envolvendo
derivativos e outros instrumentos financeiros. Isso ocorreu em uma época em que
a grande disponibilidade de crédito, conduzida em parte pelos enormes superávits
comerciais de algumas economias, sobretudo a China, ampliou a escala de
operações ousadas. Um credor de subprime que levou um mutuário a assumir riscos
insensatos podia transmitir os instrumentos financeiros a outras partes
distantes da transação original. A necessidade de supervisão e regulamentação
tornou-se muito mais forte nos últimos anos. No entanto, o papel supervisor do
governo, em particular nos EUA, foi, no mesmo período, reduzido acentuadamente,
alimentado por uma fé crescente na natureza autorregulatória da economia de
mercado. Exatamente enquanto crescia a necessidade de vigilância do Estado,
diminuía a provisão dessa supervisão necessária.Essa vulnerabilidade
institucional tem implicações não apenas para práticas astutas, mas também para
uma tendência à superespeculação, que, como afirmou Smith, costuma acometer
muitos seres humanos em sua busca incansável por lucros. Smith chamou esses
promotores de riscos excessivos em busca de lucros de "pródigos e projetores". A
fé implícita na sabedoria da economia de mercado autossuficiente, que é
amplamente responsável pela remoção dos regulamentos estabelecidos nos EUA,
tendeu a reforçar as atividades de pródigos e projetores de uma maneira que
teria chocado o expoente pioneiro dos fundamentos da economia de mercado. Apesar
de tudo o que Smith fez para explicar e defender o papel construtivo do mercado,
ele se preocupava profundamente com a incidência da pobreza, o analfabetismo e a
privação relativa que poderiam permanecer, mesmo em uma economia de mercado em
bom funcionamento. Ele queria diversidade institucional e variedade
motivacional, e não mercados monolíticos e a predominância singular da intenção
de lucro. Smith foi não apenas um defensor do papel do Estado para fazer as
coisas que o mercado poderia deixar de fazer -como a educação universal e a
ajuda aos pobres. Mas também defendeu, em geral, opções institucionais de acordo
com os problemas que surgem, em vez de se ancorarem as instituições a uma
fórmula fixa -como deixar tudo a cargo do mercado.
Reavaliação
Eu diria
que as dificuldades econômicas de hoje não pedem um "novo capitalismo", mas
exigem uma compreensão esclarecida de antigas ideias sobre o alcance e os
limites da economia de mercado.O que é necessário, acima de tudo, é uma clara
avaliação de como funcionam as diferentes instituições, juntamente com uma
compreensão de como diversas organizações -do mercado às instituições do Estado-
podem contribuir juntas para produzir um mundo econômico mais decente.
AMARTYA SEN é professor de economia e filosofia na Universidade Harvard.
Recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1998. A íntegra deste texto foi publicada
no "Financial Times". Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves .

quinta-feira, 12 de março de 2009

Analogias

Esses dias na faculdade fiquei sabendo de um trabalho em cima de duas grandes músicas que tratam da realidade social do Brasil. Uma das músicas é Meu Guri do velho Chico Buarque e a outra é de um tal Jorge, Seu Jorge, Problema social. Apesar de não ser trabalho da minha ossada, resolvi escrever sobre o tema e postar aqui.

Letras das músicas:

"O Meu Guri
Quando, seu moço, nasceu meu
rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de
fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe
explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me
disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha

Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega suado e veloz do
batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro,
seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo
dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de
documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu
guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega no morro com
carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele
chegar cá no alto
Essa onda de assalto tá um horror
Eu consolo ele, ele me
consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro
lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha

Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega estampado, manchete,
retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa
gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá
rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu
moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri,
olha aí
Olha aí, é o meu guri."
(Chico Buarque)


Problema social
Guará/Fernandinho

"Se eu pudesse, dava um toque em meu
destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo
cão
Nem um bom menino que vendeu limão.
Trabalhou na feira pra comprar seu pão.
Não aprendia as maldades que essa vida
tem
Mataria a minha fome sem ter que roubar
ninguém
Juro que eu não conhecia a famosa
Funabem
Onde foi a minha morada desde os tempos de
neném
É ruim acordar de madrugada, pra vender bala no
trem
Se eu pudesse eu tocava em meu destino.
Hoje eu seria alguem
Seria eu um intelectual.
Mas como não tive chance de ter estudado num colégio
legal
Muitos me chamam de pivete
Mais poucos me deram um apoio moral
Se eu pudesse eu não seria um problema
social"

Agora, o texto:

Analogias

Composto nos anos 80, o desabafo romântico de Chico Buarque de Holanda sobre a questão social ainda retrata, agora mais que nunca talvez, a realidade da população segregada pelo sistema capitalista.

As favelas e os subúrbios brasileiros são frutos de uma arquitetura que visou mascarar a realidade, tapar os olhos, vendar a população, mostrar o lado limpo e afastar a pobreza dos olhos dos higienizadores sociais. Uma tentativa frustrada de realizar os intentos de Saint-Simon em curar as enfermidades sociais. Já segregados e explorados pelo capitalismo, que é selvagem, o Estado também se esquece de considerá-los em suas decisões, a não ser quando eles servem de massa de manobra para suas ações

São tantos os guris brasileiros, tantos rebentos prematuros “com cara de fome”, sem lenço ou documento nem para “cidadanizar”. Os meninos esquecidos pelo Estado de “bem-estar social”, não enxergam outra perspectiva de vida a ser a convivência vibrantemente paralela entre o morro e a cidade, entre o guri e o playboy.

É uma desordem social, causada ora pela extensão populacional, ora pela desigualdade. O processo de criar diferenças! O Estado exerce qual soberania? A de zelar pela ordem, pelo cumprimento da lei? Sim, o ente soberano cumpre a lei, a lei burguesa, o código penal de estereótipos.

Os cidadãos perdem suas pulseiras, relógios, bolsas, gravadores. Os guris perdem sua dignidade, se é que um dia a acharam. "Anda torta a humanidade!"

O guri é um problema social, ou o seria por que lhe foi etiquetado como tal? “Manchete, retrato / com venda nos olhos / legenda e as inicias” A venda nos olhos estariam nos olhos de quem realmente, nos olhos dos guris ou dos homens-cidadãos? A legenda é para que? Para vendar os olhos dos humanos e estereotipar os guris?

O aparelho estatal nos socializou e acostumou a aplicar sanções mútuas. O ritual social é útil na preservação do status quo inaugurado, na modernidade, com os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Ideologias! são sempre uma roda no processo de civilização.

Assim como os guris que determinam seus objetivos de sucesso – correntes de ouro no pescoço, chaves, cadernetas – os homens que detêm o poder também o determinam e nada os impede de usar mecanismos legítimos ou não. Analogias.

E essa gente faz alvoroço demais, é só mais um guri no mato, de “papo pro ar”. É seu moço, sempre se chegar lá, não tem outra forma, para isso não. Ninguém foge da morte, é fato. É fato também a "tolerância zero" dos policias da "sociedade do medo". Analogias, de novo.

Heron de Carvalho.